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    Bem-vindo ao Blog do Eric Queiros

Sexo Egocêntrico | Parte 1

Em minha infância, ouvia muitos boatos sobre os efeitos físicos da masturbação. Ouvi falar de casos em que pessoas perderam todo o cabelo, ou que crescia cabelo em suas mãos, outras que ficaram cegas e outras, ainda pior, que ficaram loucas por causa da prática da masturbação. Contudo, como disse James Dobson, “Se a masturbação realmente causasse [esses efeitos], toda a população masculina e metade da população feminina seria cega, fraca, estúpida e doente. Entre 95 e 98 por cento dos garotos a praticam – e pode ser que o resto esteja mentindo.” Meus pais certamente nunca me disseram essas mentiras, tampouco meus professores ou líderes de juventude na igreja. Essas histórias, no entanto, eram passadas de menino para menino no parquinho, normalmente muito antes de qualquer um de nós ter pensado seriamente sobre a sexualidade. Nem sabíamos o que isso era e nem quais eram suas terríveis consequências.

Embora esses rumores não tenham fundamento, eles continuam a ser passados de garoto para garoto, simplesmente porque masturbação é um tema que gera culpa e vergonha. Esses boatos incentivam o medo de que a pessoa seja descoberta, de que a sua vergonha seja exposta. Não há nenhuma razão física para negar a si mesmo esse prazer sexual. Como Joshua Harris escreve no livro Sexo não é problema (Lascívia, Sim), “a masturbação não é um hábito imundo que deixa as pessoas sujas. Ele só revela a sujeira que já está em nossos corações.” O ato físico da masturbação simplesmente aponta para um profundo problema dentro de nós.

Embora este ato não seja sujo e não torne uma pessoa suja, pode, no entanto, ser ainda um grande prejuízo mental e espiritual, enquanto garotos lutam com sentimentos de culpa, remorso e vergonha por causa de seus hábitos. Para algumas pessoas, esta pode ser uma razão convincente para evitar sua prática, mas para muitos não é. Para muitos de nós, a culpa não é motivação suficiente para limitar nossos comportamentos pecaminosos.

Pureza de mente

A razão mais comumente dada por que as pessoas não devem se masturbar é que polui a mente. A satisfação sexual não é apenas um ato físico, mas um ato que envolve a mente. O ato em si traz muito menos culpa do que a imaginação que o acompanha – as imagens da mente – que são uma parte inevitável da experiência. Essas fantasias correm desenfreadas durante atos de masturbação. Este tipo de fantasia pode ser perigoso pelo menos de duas maneiras.

Em primeiro lugar, como muitos adultos têm duramente aprendido, a realidade raramente é tão maravilhosa como a fantasia. Muitas pessoas criam expectativas sobre o sexo em suas mentes que, na realidade, não podem cumprir. Ouso dizer que nunca um adolescente criou uma fantasia em que sua parceira delicadamente e carinhosamente rejeita seus avanços porque ela está muito cansada. Tampouco ele inventou uma fantasia na qual ela declina a participação em um determinado ato porque acha desconfortável ou de mau gosto. O fato é que a fantasia pode criar expectativas irrealistas e não saudáveis do sexo. Em segundo lugar, a fantasia raramente envolve parceiros sexuais legítimos, assim como as cenas de sexo dos filmes raramente envolvem casais casados, que podem, diante de Deus, ter relações sexuais legítimas. Um rapaz adolescente não tem nenhuma razão legítima para realizar fantasias sexuais, porque ele não tem um parceiro dado por Deus com quem ele possa consumar tal desejo. Embora seja perfeitamente legítimo um marido sonhar com um encontro sexual com sua esposa, a masturbação pode incentivá-lo a encher sua mente com pensamentos sobre outras mulheres, ou mesmo a procurar material pornográfico como combustível para sua mente. A fantasia é perigosa quando não é devidamente controlada.

Masturbação é pecado porque viola o ensino do Senhor sobre a pureza moral. “Mas eu digo a você que todo aquele que olhar para uma mulher com intenção sensual, já cometeu adultério com ela em seu coração” (Mateus 5:28). Fantasia também pode ser perigosa quando se cria expectativa irreal. Alguns irão protestar dizendo que quando eles se masturbam estão apenas realizando um ato físico para aliviar o stress ou o tédio. Eles irão insistir que não sucumbem a pensamentos inadequados. Em seu livro, Quando bons homens são tentados, o autor Bill Perkins escreve: “Parece-me que a masturbação é amoral. Em algumas circunstâncias é comportamento aceitável. Em outras ocasiões, é claramente errado” (página 122). Ele passa a oferecer três testes que irão avaliar se um determinado caso é certo ou errado: o teste de pensamento (se o ato é acompanhado de fantasias inadequadas), o teste de auto-controle (se o ato torna-se obsessivo) e o teste de amor (se isso leva uma pessoa a deixar de atender às necessidades do seu cônjuge). James Dobson ensina uma visão semelhante da masturbação. Quando eu era mais novo, meus pais me deram seu livro Preparando-se para a adolescência e eu me lembro bem deste ensinamento. Ele acredita que todos os meninos (e a maioria das meninas) experimentam a masturbação e que a culpa trazida pelo ato destrói muitas crianças. Assim, ele acredita que os pais devem raramente falar com seus filhos sobre isso, e se o fazem, devem fazê-lo para tranquilizar os seus filhos de que tais práticas são normais. Aqui está o que ele diz em seu site:

“A minha opinião é que a masturbação não é muito um problema com Deus. É uma parte normal da adolescência que não envolve mais ninguém. Não causa doença. Não produz bebês, e Jesus não menciona isso na Bíblia. Eu não estou dizendo para você se masturbar, e eu espero que você não sinta necessidade disso. Mas se você fizer, minha opinião é que você não deve lutar com a culpa desse ato. Por que eu digo isso? Porque eu lido com muitos cristãos jovens que estão dilacerados com a culpa da masturbação, querem parar e simplesmente não conseguem. Gostaria de ajudar você a evitar essa agonia.”

Esta resposta é muito humanista. A maneira correta de evitar a agonia da culpa não é ignorar o pecado, mas focar sobre o evangelho. Dobson considera que este é um problema com o qual os jovens não devem agonizar. Mas fale honesta e abertamente com jovens e eles vão te dizer que eles realmente querem falar sobre isso e que querem ter certeza de que masturbação é pecado e que eles podem e devem superá-lo. A culpa que sentem não é irracional, é boa, do tipo que vem por causa do pecado e destina-se a ajudar a corrigi-lo. Assim como Perkins, Dobson não se envolve em uma análise bíblica deste tema em particular. Ele conclui que a masturbação é amoral porque não há nenhuma passagem bíblica específica que permite ou condena a prática. Encontrei estas palavras em um site: “Se a masturbação é um pecado, então é um tanto estranho que a Escritura tenha deixado o crente especulando sobre seu estado moral.”

No entanto, como veremos, a Bíblia não é silenciosa e não nos deixa especulando. O fato de que a Escritura não menciona explicitamente a masturbação simplesmente aponta para o fato de que ela fala tanto e tão profundamente sobre a sexualidade que não há necessidade de falar sobre masturbação (assim como a Escritura fala tão bem sobre o assassinato e o valor da vida humana que não precisa falar explicitamente sobre o aborto). O ensinamento da Bíblia sobre sexualidade prova que a masturbação é pecado tanto se for um ato acompanhado de fantasia pecaminosa quanto se for um ato puramente físico.

[Continua...]

Extraído do Livreto – Desintoxicação Sexual – Tim Charllies
Guia destinado exclusimante a HOMENS solteiros
(página 22 e 23)

- - - Recomendo sua Leitura - - - Eric Queiros

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